quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Uma pitada de magia em 2017 – Pedro Guardião

Vamos mexer o caldeirão para um 2017 melhor? Isso porque o ano de 2016 foi, num contexto geral, denso e conturbado. Talvez para você um pouco mais ou um pouco menos, mas é inegável que o ano do Sol mostrou tudo aquilo que estava oculto e muitos sentimentos vieram à tona para a resolução de assuntos pendentes. Não foi fácil! Além de tudo, foi o final de um ciclo astrológico de 36 anos. Na numerologia, 2+0+1+6 resulta no número 9, que também representa fim de ciclos, por isso tantas mudanças intensas.

Em 2017 teremos a regência de Saturno, que nos proporcionará muitas reflexões sobre o que realmente queremos, com disciplina, responsabilidade e árduo trabalho. Isso pelo fato de ser o início, o ano 01 (2+0+1+7 = 10 = 1+0 = 1). Tudo aquilo que já não faz sentido ou que é simplesmente indiferente/mal planejado e se mantém, tenderá a acabar em 2017 – no amor ou na dor. Saturno nos cobra isso, estrutura, planejamento e renovação. Se está no comodismo, essa é a hora de mudar.

No tarot, teremos três regências bastante significativas: 20 (Julgamento) / 17 (Estrela) e ainda 2+0+1+7 = 10 (Roda da Fortuna). O arcano 20 fala sobre decisões que precisam ser tomadas, talvez algumas cobranças do passado e a anunciação de mudanças. Já o arcano 17 sobre orientação, autoconfiança, esperança e revelação. Nessa soma de arquétipos, então, teremos um ano para traçar metas, estar em dia com nossas tarefas, ter autoconfiança plena e trabalhar sempre a espiritualidade. A Roda da Fortuna, por outro lado, nos influencia na movimentação, deixar o velho para trás em busca de algo novo, de altos e baixos e boas oportunidades de fazer aquilo que amamos.

Vamos então aprender algumas dicas mágicas para começar o ano livre do passado e de portas abertas para o novo.

Limpando com Defumação e Incenso

No dia 31/12 faça a faxina habitual – tirar pó, lavar a casa, passar pano, etc. – mentalizando toda energia estagnada de 2016 indo embora da sua casa e da sua vida. Ao acabar, acenda num turíbulo ou pequeno recipiente de barro folhas secas de sálvia, hortelã, alecrim e manjericão e vá defumando todos os cômodos, dos fundos para a entrada da casa, limpando a energia daquilo que você não quer mais. Feito isso, acenda 8 varetas de incenso de canela e faça ao contrário, passe a fumaça desses incensos em todos os cômodos, da entrada para os fundos da casa, projetando a prosperidade, sucesso e boas energias no ano que se inicia.

Banho de Limpeza energética
(Este banho também serve para a limpeza da casa)

Para 1 litro d’água:

1 punhado de Sálvia.
1 punhado de Alfazema.
1 ramo de Salsinha.
1 punhado de pétalas de Rosa Branca.
3 pedrinhas de Sal marinho.

Ferva a água em uma panela ou caldeirão e acrescente as ervas uma a uma e por último, o sal marinho. Desligue o fogo e com sua varinha ou dedo indicador e médio juntos, desenhe um pentagrama visualizando uma luz branca fortalecendo toda a infusão. Sele com três círculos e agradeça as energias das ervas ali utilizadas. Espere esfriar e tome o banho da cabeça para baixo após o banho habitual.

Banho de energização e boa sorte

Para 1 litro d’água:

1 punhado de Manjericão.
1 punhado de Camomila.
1 punhado de Canela.
3 folhas de Louro.
1 quartzo Citrino.

Ferva a água em uma panela ou caldeirão e acrescente as ervas uma a uma e por último, o citrino. Com uma colher de pau ou uma lasca de canela, mexa a infusão por oito vezes, visualizando uma luz amarela/dourada preenchendo todo o conteúdo. Agradeça as energias das ervas utilizadas, do cristal e tome o banho ainda morno, da cabeça para baixo após o banho habitual.

Amuletos contra mau-olhado

Guarde pregos, agulhas e outros objetos pontiagudos dentro de um pote fosco e lacre-o hermeticamente. Coloque-o em um lugar bem visível da sua casa, mas jamais revele seu conteúdo. Este é um dos mais potentes amuletos contra mau-olhado para nosso lar ou ambiente de trabalho.

Dois pedacinhos de canela colocados em forma de cruz na porta ou atrás da escrivaninha formam um bom amuleto protetor para seu local de trabalho. A canela é consagrada ao Sol e esta afasta as trevas. 

Uma boa maneira de afugentar as energias negativas de sua casa é colocando na porta de entrada o desenho de uma espiral ou pendurando uma espiral de prata. A espiral é um símbolo da Deusa e funciona como uma armadilha que aprisiona todas as forças negativas.

Feitiço para fazer uma boa escolha amorosa

Coloque pétalas de rosas secas num saquinho de seda cor-de-rosa, amarre-o. Acenda duas velas cor-de-rosa e diga: "Este ou aquele, tenho que escolher. Deusa guie minha escolha, para eu não me perder", sinta o suave perfume das pétalas de rosas e use o saquinho junto ao corpo.

Sortilégio do vinho para dinheiro

Material necessário: 

- 5 velas azul marinho
- 1 pratinho com canela em pau 
- 1 pratinho com canela em pó 
- 5 moedas 
- Taça do altar com vinho 

Coloque as 5 moedas sobre o altar em forma de Pentagrama, em cima de cada moeda coloque uma vela. Dentro da estrela formada pelas velas, coloque a Taça com o vinho. Ponha o pratinho com a canela em pau do lado direito da estrela e a canela em pó do lado esquerdo. Faça o seguinte encantamento: “Deusa e Deus, Mãe e Pai, determino que a Cornucópia da Prosperidade esteja presente em minha vida. Que eu conquiste sucesso, riquezas e fartura. Que eu seja feliz. Que tudo isso seja correto para mim e para o bem de todos. Pelo poder do 3 vezes 3, que assim seja e que assim se faça”. Beba um pouco do vinho, mentalizando uma forte luz que entra pelo Chacras Coronário e percorre todo o seu corpo. Imagine essa luz envolvendo todo o seu ser, e o local onde você está e aos poucos ela se torna dourada. Recoloque a taça no lugar e deixe as velas terminarem de queimar. Feito isso, verta o restante do vinho e as canelas dos pratinhos ao pé de uma árvore frondosa.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

A Vida após a Morte na Wicca - Pedro Guardião

O influente Alto Sacerdote Raymond Buckland escreveu que uma alma humana reencarna nas mesmas espécies durante muitas vidas para aprender lições e progredir espiritualmente, mas essa crença não é universal no mundo da Wicca, uma vez que outros acreditam que a reencarnação da alma acontece em espécies distintas. Contudo, um ditado popular entre os wiccanos é que "uma vez bruxo, sempre bruxo", indicando que os wiccanos são reencarnações de bruxas do passado.
Os wiccanos que crêem em reencarnação acreditam que as almas vivem entre o Outro Mundo e a Terra de Verão (Summerland), conhecida nas escritas de Gardner como o "êxtase da Deusa". Da mesma forma, estes wiccanos acham ser possível se comunicar com espíritos que residem no Outro Mundo através da mediunidade ou do tabuleiro ouija, principalmente durante o Sabbat de Samhain, embora alguns discordem com esta prática, como o Alto Sacerdote Alex Sanders, que dizia "estão mortos; deixem-os em paz." No entanto, a crença do contato foi muito influenciada pelo Espiritualismo, que estava popular na época do surgimento da Wicca, e na qual Gardner e outros wiccanos como Buckland e Sanders tiveram experiências diretas.
Summerland
É comum wiccanos se referirem ao mundo espiritual como "Summerland", ou ainda, Terra do Verão. Summerland é um termo geralmente empregado na Wicca como referência ao "Outro Mundo" para o qual as almas dos mortos se encaminham após o término da vida física.
A Terra do Verão pode ser vista como uma espécie de paraíso pagão não muito diferente dos conhecidos "Alegres Campos de Caça" de algumas tradições dos índios nativos norte-americanos. A Terra do Verão dos wiccanos existe no Plano Astral e é experimentada de modos diferentes por cada indivíduo, de acordo com a vibração espiritual que ele leve a esse plano de existência.
O período em que alguém permanece na Terra do Verão depende da habilidade do indivíduo de libertar e retomar o material que a alma carrega vida após vida, o que pode fazer com que essa alma renasça na dimensão física.
A existência na Terra do Verão dá a um indivíduo a oportunidade de estudar e compreender as lições da vida anterior e como estas se relacionam a outras vidas pelas quais a alma tenha passado. Na teologia wiccana, este é conhecido como período de descanso e recuperação. Uma vez encerrado esse período de tempo, o plano elemental começa a atrair o indivíduo para o renascimento em qualquer dimensão que se harmonize à sua natureza espiritual naquele momento. A alma a reencarnar é então submetida ao plano das forças e pode ser atraída pelo vértice de uma união sexual em curso na dimensão física. Segundo os Ensinamentos Misteriosos, a alma é atraída pelos aspectos da vida físicas que melhor a preparem para as lições necessárias para assegurar sua evolução e consequente liberação do Ciclo do Renascimento.
Réquiem
O Réquiem é a cerimônia Pagã que ocorre quando um Bruxo morre. Nesta cerimônia é pedido que os Portais do País do Verão sejam abertos para que a alma da pessoa possa passar, são três cerimônias distintas que marcam o Réquiem, uma ocorre no dia do enterro da pessoa, a outra uma lunação após a morte e a terceira, um ano e um dia após a data do falecimento.
O ser humano enterra seus mortos desde a pré-história, o que faz desta a cerimônia mais antiga de que se tem notícia.
Na Wicca o Réquiem de significado “repouso” (e que é também sinônimo para as músicas cantadas durante os velórios para homenagear os mortos) encaramos a morte como um processo natural e sagrado, pois através dela voltamos ao útero da Grande Deusa Mãe, enquanto nosso corpo repousa na escuridão da terra, nosso espírito viaja rumo a Ilha dos Bem Aventurados, onde rejuvenesce no caldeirão da Deusa enquanto aguarda para reencarnar.
No rito de despedida wiccano, os entes queridos homenageiam o falecido, lembrando de suas qualidades e feitos, além de fazerem preces aos Deuses pela sua paz. Também é realizado o pagamento simbólico de uma moeda ao barqueiro que conduzirá sua alma pelo submundo, o destino do corpo, varia de acordo com a sua tradição ou de acordo com a vontade do homenageado, podendo ser enterrado ou cremado.
Outra prática comum entre os wiccanos é a confecção anual de um altar doméstico para homenagear os mortos durante o Sabbath de Samhain, neste altar costuma-se dispor fotos dos parentes e amigos falecidos, coloca-se também flores, velas, incensos, oferendas de comidas, bebidas e doces que eles gostavam.
Diferentemente de algumas religiões, as cerimônias fúnebres wiccanas são alegres, cheias de risos e alegria, além de um banquete e brindes em memória daquele que voltou para os braços da Deusa. Para os wiccanos a morte não é algo triste, pois é o momento de desncanso, de encontro com a Deusa, de preparação para um novo renascer, para uma nova vida que virá, por isso não há tristeza em Réquiens.
Através dos Ritos de Passagem poderemos nos manter no curso da verdade de nossa essência e encontrar a resposta para a maior indagação da alma humana, de forma que nosso espírito brilhe nos mostrando o caminho correto, assim, poderemos nutrir o espírito da verdade em cada um de nós, para que ele floresça e dê bons frutos, desta forma, a Wicca forma os indivíduos e os prepara para a vida.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Almanaque Wicca 2017 nas bancas!

O Almanaque Wicca 2017, da Editora Pensamento, está disponível nas bancas e livrarias de todo o Brasil. Com 160 páginas, o livreto traz algumas matérias interessantes, tanto da versão original americana, quanto das bruxas brasileiras Naelyan Wyvern e Eddie Van Feu, mas não muda seu estilo simplista e básico. O que se destaca, como todos os anos, é o calendário que vai de Janeiro a Dezembro de 2017, com as fases da lua, signo em que se encontra, cor, incenso e se há alguma celebração naquele dia ou mês.

As que mais gostei, foram “Torne seu Aniversário uma Data Mágica”, “O uso avançado de Ervas e Pedras”, “Bênção da Casa Nova”, “Magia da Arrumação da Casa”, “Como está o seu Mojo?” e “A Lua Oculta: Magia para os períodos de Lua Fora de Curso”.

Este almanaque já se tornou um item de coleção, depois de tantos anos de publicação – já são mais de 10 anos – e não muda muito. Salvas são as matérias de livros importados ainda não traduzidos no País ou então as boas matérias, como as da Naelyan. De todo modo, vale a pena adquiri-lo e o preço é bastante acessível, somente R$11,50.


Aqui deixo um feitiço desta edição, que pode ser útil em qualquer momento do ano.

Feitiço para Concluir Questões Inacabadas

Pense em alguma questão inacabada que você precisa concluir. Agora pegue um cadarço de sapato ou um cordão preto e faça quantos nós puder. Enquanto dá os nós, repita os seguintes versos:

“Finais, finais, novos começos
A Roda da vida gira livremente.
Que esta questão tenha um desfecho
Deixando-me livre para seguir em frente.
Sempre girando até concluir
algo que o tempo não decidia.
Abra-me novos horizontes
Do pôr do sol ao raiar do dia.
Finais, finais, novos começos,
Portas cerradas se abrem novamente.
A Roda da Vida não para de girar
Sem nunca temer o que possa vir à frente.
O frio abaterá os jardins do verão
E a neve estenderá o seu alvo lençol.
As flores murcham, mas as sementes aguardam
O momento oportuno para renascer sob o sol.”

Agora leve o cordão preto para fora de casa e enterre-o num local seguro.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Resenha - Técnicas de Magia Natural

Lançado recentemente pela Madras Editora, o título “Técnicas de Magia Natural – O Poder da Terra” já é um velho conhecido dos bruxos brasileiros. A Editora Gaia foi a primeira a lançar esse livro, com outro nome – Magia Natural: Rituais e Encantamentos da Tradição Mágica – em 2001, portanto, estamos falando da mesma obra de Scott Cunningham. Particularmente gosto bastante deste livro, mas ele é bem inicial. Nos dá, nas primeiras páginas, os fundamentos de como se trabalhar a magia, como Moralidade e Ética (para efeitos positivos), Magia para si mesmo (não confundir ego com necessidade), Magia pelos outros (o livre arbítrio), Adivinhação (vendo o futuro) e A Mão Dominante (liberar energia).

Cunningham coloca, em detalhes, como se trabalhar com os poderes da Terra, Ar, Fogo e Água, suas representações, efeitos, simbologia, atributos e é claro, feitiços e técnicas com cada elemento. É um compilado para harmonização com a natureza e nosso próprio eu. Muitos em seus rituais convocam os elementos e elementais, mas será que todos sabem trabalhá-los com propriedade? Para que servem? Por que estão lá? Pois bem, esse livro é excelente para lembrá-lo disso.

Há magias para vários propósitos, como cura, amor, proteção, prosperidade, etc. Todos simples e fáceis de executar, que na verdade são treinamentos para interação com a natureza em si. Além disso, muitos métodos oraculares são descritos e explorados, assim como um capítulo todo para Magia das Velas, Magia com Espelhos e Magia dos Nós. Nos últimos capítulos, Scott nos traz um pouco de Magia Temporal e Climática, de como se trabalhar com a Chuva, Neblina, Tempestade e o Mar.

Numa avaliação geral, o livro é ótimo, principalmente se você tem contato fácil com a natureza e pode colocar em prática as diversas técnicas que ele ensina. É um verdadeiro desenvolvimento de poder para o bruxo. Vale a pena! Disponível nas boas livrarias do Brasil. Boa leitura!

segunda-feira, 27 de junho de 2016

A Deusa Selket – Pedro Guardião

O Egito abrigava dois tipos de escorpiões: um mais escuro e relativamente inofensivo e outro mais claro, mais venenoso. A deusa Selkis tomava justamente a forma de um desses animais e, apesar da periculosidade do bicho, era uma divindade protetora e curadora que defendia contra a picada desses artrópodes. Seu nome no idioma egípcio era Serket-Heru, que significa aquela que faz a garganta respirar ou a que facilita a respiração na garganta, já que a picada do escorpião produz asfixia. Essa denominação também se relaciona com a ajuda que a deusa prestava para que o recém-nascido ou o defunto, em seu renascimento, pudessem respirar. Nos textos funerários surge como a mãe dos defuntos, aos quais amamenta. No além-túmulo ela ajudava no processo de renascimento do falecido e o orientava e dava-lhe o sopro da vida. Foram os gregos que lhe deram o nome de Selkis, nome que também aparece grafado como Serqet, Serket, Selqet, Selket, Selkit ou Selchis.

Essa divindade podia ser representada de diversas maneiras:
- Como uma linda mulher com um escorpião na cabeça, como nesta graciosa estatueta em madeira dourada que vemos acima, descoberta no túmulo de Tutankhamon (c. 1333 a 1323 a.C.);
- Como uma mulher com cabeça de escorpião;
- Mais raramente, como um escorpião com cabeça e braços femininos e tendo como toucado chifres de vaca e o disco solar, como vemos na ilustração abaixo, a qual reproduz um bronze de 7 centímetros de altura por 10 centímetros de profundidade pertencente ao Museu do Louvre;
- Como um escorpião;
- Na XXI dinastia (c. 1070 a 945 a.C.) podia aparecer com cabeça de leoa, cuja nuca era protegida por um crocodilo.
Quando assumia a forma de um escorpião, o animal às vezes era mostrado sem cabeça e sem cauda, pois desta maneira ele perdia seu veneno e se tornava inofensivo, podendo ser representado dentro do túmulo sem perigo. E assim era porque os egípcios acreditavam que todos os seres vivos representados nas tumbas poderiam ganhar vida se as fórmulas mágicas adequadas fossem pronunciadas. Portanto, era importante neutralizar o perigo de certas imagens reduzindo-as à impotência. Essa deusa-escorpião se identificava com o calor abrasador do Sol e era uma das quatro divindades protetoras de ataúdes reais e dos vasos canopos, dos quais ela guardava aquele que continha os intestinos.
Trata-se de uma divindade que já aparece no Império Antigo (c. 2575 a 2134 a.C.) como guardiã do trono real e vem rodeada de simbologia mágica. Ela protegia das picadas venenosas de escorpiões, serpentes ou outros animais peçonhentos e curava as pessoas que, acidentalmente, tivessem sido atacadas por esses animais, sobretudo quando se tratasse de crianças e mulheres grávidas. Mas também poderia punir os ímpios com esses mesmos venenos, levando-os à morte. Também era deusa da união conjugal e ajudava as mulheres na hora do parto. Era filha de Rá e cuidava para que a serpente Apófis não escapasse do mundo inferior. Nos textos conhecidos modernamente como Livro de Him no Inferno vem descrito o que acontece no além-túmulo. O deus-Sol tem as 12 horas do período noturno para renascer. A cada hora corresponde um estágio de sua jornada no além. Apófis tenta engolir o deus-Sol durante essa jornada e representa uma grande ameaça. Na sétima hora Selkis aparece para combater a serpente Apófis. Rá em seu barco assiste a captura da serpente. Finalmente Selkis, com ajuda de outra divindade, capturam o demônio e subjugam a cabeça e a cauda do monstro e trespassam com punhais a cabeça e o corpo da cobra. Selkis desempenha, também, um papel importante na lenda de Ísis e Osíris, pois enviou sete dos seus escorpiões para protegerem Ísis do deus Seth que a perseguia.
As relações de parentesco de Selkis não eram bastante claras. Podia ser considerada mãe ou filha de Rá, razão pela qual sua ira era considerada como o causticante sol do meio-dia. Entretanto, em algumas lendas locais de Edfu era tida como esposa de Hórus e mãe de Rá-Harakhti, o Hórus no Horizonte. Os Textos das Pirâmides afirmam que ela era mãe de Nehebkau, uma serpente de três cabeças que evoluiu de uma posição maléfica a protetora do faraó contra picada de cobras, enquanto outras fontes dizem que ela era esposa dessa divindade.
Protetora de vivos e mortos, essa deusa não dispunha de um lugar de culto em particular. Sendo originariamente adorada no delta do Nilo, seu culto se espalhou por todo o Egito e isso pode ser considerado natural uma vez que as cobras e escorpiões eram abundantes no país e o povo precisava de uma proteção mágica contra eles. Embora tivesse sacerdotes dedicados ao seu culto, aos quais ela protegia e delegava seus poderes mágicos, até hoje não foi encontrado qualquer templo que lhe fosse consagrado. Ela figurava sobretudo nas fórmulas mágicas ou nas paredes das tumbas com o objetivo de proteger o defunto de qualquer ataque. As pessoas usavam amuletos com a forma do escorpião para se protegerem contra as perigosas picadas do animal e até mesmo curá-las.
Os sacerdotes de Selkis eram verdadeiros médicos e magos ou curandeiros, dedicados à cura de picadas de animais venenosos. Suas habilidades de encantadores de escorpiões e de serpentes eram muito requisitadas, a julgar pelo enorme número de encantamentos para repelir tais animais e para curar suas picadas que aparecem nos papiros egípcios. Isso indica a extensão do problema, o qual ainda é comum no Egito moderno. Esses homens eram chamados de Kherep Selket, literalmente, aquele que tem poder sobre a deusa escorpião. No antigo Egito um Sacerdote Leitor e um doutor poderiam também ter o título de Kherep Selket. O título de Sunu, que significa doutor ou médico, era atribuído a pessoas que prescreviam remédios tanto médicos quanto mágicos. Hoje em dia os encantadores de serpente usam técnicas práticas para enlaçar suas presas, mas eles também ainda confiam em cantos mágicos.

domingo, 29 de maio de 2016

Resenha – Wicca para Homens

O livro Wicca para Homens, escrito por A. J. Drew e publicado pela Madras Editora em 2002, tem uma proposta bastante interessante – apresentar a religião a partir da perspectiva masculina. Ele explica de início que a Wicca se tornou muito popular em todo o mundo, entre muitos livros já escritos com este título, e defende que o modismo não é uma coisa interessante. Pelo contrário, diz que a Wicca é uma religião viva e em crescimento e o lado masculino necessita de atenção.

Todo o conteúdo é bastante prático e cheio de curiosidades. São apresentadas as diferenciações entre a energia masculina (projetiva) e feminina (receptiva) e as diversas faces do Deus entre panteões e culturas. Entre a teoria, são inseridos exercícios para ser um bom praticante de magia. Ex: Visão, Olfato, Paladar, Tato e Audição – Sentidos que fortalecem a execução de feitiços e rituais. O autor se preocupou em mostrar como o patriarcado e a própria Igreja Católica trouxe distorções para a energia do homem e faz comparações deste legado que carregamos com a bruxaria. São abordados os conceitos Morais, considerados falsos, ligados a Ética Wiccaniana, e suas devidas explicações: “Você nunca deve tentar manipular as coisas pela Magia” – “...Pelo bem de todos e de acordo com o livre arbítrio” – “Você nunca deve jogar um feitiço amoroso numa pessoa, porque estará roubando o seu livre arbítrio”.

A partir daí a obra traz um compilado de feitiços, simbologias de pedras, ervas, chakras e óleos, por setores: Prosperidade, Proteção, Cura, Amor e Viagem Astral. A. J. Drew coloca receitas de incensos, óleos e tinturas de vários Deuses: Adonis, Apolo, Baco, Asclépio, Eros, Hades, Hermes, Cernunnos, Hórus, Odin, Osíris, Pan, Poseidon, entre muitos outros. Ao final, há toda essa listagem com uma breve explicação de cada face do Deus, associações com a astrologia, herbologia, minerais e extratos.

Em geral, o livro é bastante interessante e único. Não chega a ser um estudo aprofundado do Deus e da energia masculina, mas já é um excelente começo. Aqui deixo algumas receitas aleatórias contidas na obra.

Incensos dos Deuses

Eros – Para despertar o interesse amoroso
Quatro partes de pétalas de botões de rosa
Duas partes de folha de louro
Uma parte de goma arábica
Óleo de Eros, ou óleo de rosa para acrescentar à mistura.

Ganesha – Para atrair a prosperidade
Uma parte de erva Damiana
Uma parte de flor de jasmim
Óleo de Ganesha ou de jasmim para acrescentar à mistura.

Odin – Para incentivar a criatividade
Uma parte de pó de cedro
Uma parte de pó de benjoim
Uma pitada de visco branco
Quantidade suficiente de óleo de Odin e óleo de patchuli para acrescentar à mistura.

Óleos Mágicos dos Deuses

Apolo – Profecias, Adivinhação e Cura
12 gostas de óleo de louro
6 gotas de óleo de cipreste
3 gostas de óleo de bagas de zimbro
14 gramas de óleo de oliva, girassol ou palmeira.

Hermes – Expressar seus pensamentos
9 gotas de óleo de sândalo
6 gotas de óleo de benjoim
6 gotas de tintura de resina de almicegueira
14 gramas de óleo de oliva.

Óleo de Hórus – Combater a morte e esterilidade

9 gotas de óleo perfumado de sangue de dragão
6 gotas de óleo de rosas
6 gotas de óleo de mil-em-rama
14 gramas de óleo de girassol.

quarta-feira, 16 de março de 2016

As Torres de Vigia - Pedro Guardião

Os guardiões, qualquer que seja o nome cultural empregado, já eram conhecidos na antiga Mesopotâmia muito antes dos celtas ou italianos virem, a saber, da sua existência. Os guardiões formam um conceito comum na maioria das tradições mágicas, apesar de serem vistos de modo diferente pelos diversos sistemas de magia.

O sistema de magia que mais se manteve fiel a sua tradição, não permitindo se deixar influenciar por outros sistemas de magia vindo de outras culturas é a magia Strega (Italiana). No sul da Europa, os bruxos da Strega mantiveram-se fiéis aos antigos mistérios estelares.
No folclore da Itália, os Guardiões são citados num antigo mito Strega, que fora recontado no livro “Aradia, o Evangelho das Bruxas”. Neste livro, encontramos o seguinte trecho: “Então Diana dirigiu-se aos pais do início, às mães, aos espíritos que existiam antes do primeiro espírito...”. Estes espíritos são chamados de Grigori na Itália, também conhecidos como os Guardiões, e em outras tradições são chamados, Os Antigos.
Os Guardiões formam uma antiga raça que evoluiu para além das necessidades da forma física. Segundo algumas tradições, eles viviam, há um tempo, sobre a terra e podem muito bem ser a origem da lenda da antiga Atlântida ou da Lemúria. Em algumas lendas, diz-se que os Guardiões teriam uma ligação com o Antigo Egito. Nos mitos de iniciação egípcia, uma das frases-chave para acessar o templo era: “Apesar de ser um filho da Terra, minha raça vem das estrelas”.
Nos antigos Cultos Estelares da Mesopotâmia, havia quatro estrelas “Reais” (conhecidas como Senhores), as quais eram chamadas de Guardiões. Cada uma dessas estrelas regia um dos quatro pontos cardeais comuns à astrologia. Esse sistema único deve datar de aproximadamente 3000 a.C. A estrela Aldebaran, quando assinalava o Equinócio de outono, mantinha a posição de Guardião do Leste. A estrela Regulus determinando o Solstício de verão, era o Guardião do Sul. A estrela Antares assinalando o Equinócio de Primavera era o Guardião do Oeste. A estrela Fomalhaut marcando o Solstício de inverno era o Guardião do Norte.

Torres com os símbolos dos Guardiões foram erguidas como forma de culto, e seus símbolos eram ali depositados como forma de devoção. Tais torres eram chamadas de Zigurates (Montanhas Cósmicas). Durante os “Ritos de Chamada”, os símbolos dos Guardiões eram traçados no ar, de cima das torres, usando-se tochas ou bastões de rituais e seus nomes secretos eram pronunciados.
Nos Mitos estelares os Guardiões eram deuses que protegiam o céu e a terra. Sua natureza, bem como seu nível, foi alterado pelos sucessivos cultos lunares e solares que substituíram os cultos estelares. Os gregos acabaram rebaixando os Guardiões estelares aos Senhores dos quatro ventos. Os cristãos, que sucederam os gregos, por sua vez, rebaixaram os Senhores dos Quatros ventos as principalidades do ar.
Hoje na Wicca, por exemplo, eles são os Guardiões das Torres de Vigia ou Observação. São os Guardiões dos planos dimensionais, protetores do círculo sagrado do ritual e testemunhas dos ritos. Os Guardiões protegem os portais para os reinos astrais/elementais e permitem ou não a entrada e o estabelecimento de energias conforme as ordenações do mago. Em tempos remotos, uma torre era uma unidade militar de combate, e uma torre de vigia era uma unidade de guarda e defesa. Cada um dos Guardiões rege uma torre de vigia, que representa um portal, assinalando as quatro direções.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Resenha – A Clavícula de Salomão

Há anos este livro é publicado, mas nenhuma edição foi realmente fiel a estrutura cerimonial de suas operações. Eis um dia, estava eu despretensiosamente numa livraria e me deparei com uma nova edição, da então desconhecida Editora Chave, que me chamou a atenção. Um livro de tamanho considerável, capa dura e um sumário digno. Dentro, descobri que a publicação teve o apoio do site Megaleitores (www.megaleitores.com.br), uma plataforma que investe em livros não aceitos pelas grandes editoras do País. E posso afirmar que foi a melhor publicação comparando-o com outros títulos similares de editoras renomadas.

A Clavícula de Salomão é uma clássica obra de magia cerimonial do século XVI, estima-se. Apesar do nome, não foi Rei Salomão – figura bíblica – que o escreveu, apenas atribui-se ao seu nome pelo fato de considerar que seus conhecimentos seriam capazes de conjurar espíritos elementais, anjos e demônios, o que a obra aborda. Editado e compilado por Samuel Lidell Mathers, é dividida em duas partes: A primeira traz encantamentos, conjurações, tabelas com correspondências entre planetas e seus dias e horas, anjos, arcanjos, metais e cores, e instruções para se construir o círculo mágico. Além, é claro, dos pantáculos e a base para suas operações. – Aqui, coloco uma observação. Em todo o momento o livro usa a palavra “pentáculo” ao invés de “pantáculo”, o termo correto para as figuras nele impressas. Este, sem dúvida, é um deslize intrigante.  A segunda parte traz especificações e instruções minuciosas para a confecção dos instrumentos utilizados nos rituais, incluindo as vestes, os materiais, ervas, incensos, conjurações e exorcismos apropriados para cada item. Há ainda detalhes sobre as extensas preparações que o ocultista deve fazer antes de cada operação mágica, como jejum, preces e banhos rituais.

Sendo realista, todo o conteúdo é fortemente judaico-cristão, baseado nos conhecimentos cabalísticos e herméticos antigos. Várias pessoas vão achá-lo extravagante, pois hoje, muitas das coisas são quase (disse quase) impossíveis de serem realizadas ao pé da letra e vão contra a liturgia wiccaniana. Mas seu conhecimento pode ser facilmente aplicado em operações modernas – talvez contemporâneas – desde que se siga alguns preceitos inquebráveis. Basta sabedoria e realmente conhecer com que está lidando. Ainda hoje, ordens como a Golden Dawn (Aurora Dourada) e tradições de bruxaria tradicional bebem desta fonte enriquecedora e poderosa.

Não se assuste ou crie um pré-conceito do livro somente por abordar operações com anjos e demônios, caso você siga a Wicca. Muitos são uma coisa só e somente lidando com eles para realmente conhecê-los. E lembre-se, você é capaz de absorver o melhor dele para realizar o que quiser, ou puder.

Pedro Guardião

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

O Deus e suas Faces - Pedro Guardião

O Deus muitas vezes é deixado de lado nos cultos pagãos, como se a energia da Deusa pedisse essa dedicação exclusiva. Isto é verdade em parte, pois não é possível cultuar o Deus adequadamente enquanto não mergulharmos na Deusa e nos despirmos do Deus do patriarcado.

A Deusa nos mostra que ele é seu Filho, Consorte, Defensor e Ancião, e aparece tríplice como Ela.


O Deus Jovem é, antes de tudo, a Criança da promessa, a semente do sol no meio da escuridão. Depois é o Garoto do Pólen, o fertilizador em sua face mais juvenil e traz a energia da alegria de viver, o poder de se maravilhar ante as descobertas da vida, é o experimentador, a face mais sorridente do sol matinal.

Daí surge o Deus Azul do Amor, o rapaz que cresceu e chegou na adolescência e desabrocha em beleza e masculinidade, é o Jovem Deus da Primavera, percorre as Florestas e acorda a natureza. Ele é o Apaixonado, aquele que primeiro busca a Deusa como a Donzela e propicia o encontro. É também o Deus da sedução ainda inocente, que ainda não conhece os mistérios da Senhora. Ele é toda a possibilidade.

Depois ele é o Galhudo e o Green Man, o Deus macho na sua plenitude, o Senhor dos Chifres que desbancou o Gamo-Rei anterior, ele é força e poder, músculos e vitalidade, ele cheira a sexo e promessas. Ele é o Grande Amante, atraído irresistivelmente pela Senhora e é o Provedor, o Sustentador, o Senhor Defensor. É o Senhor das coisas Selvagens, o Deus da Dança da Vida, O Falo Ereto, O Fertilizador. Como Green Man, ele também é o Senhor da Terra e sua abundância, o parceiro da Senhora dos Grãos. O Senhor dos Brotos, aquele que cuida dos frutos e os distribui pela terra.

Mas o Deus é também O Trapaceiro, o Senhor da Embriaguez, o Desafiador e o Ancião da Justiça. Ele nos faz seguir um caminho e nos perdemos para conhecer o pânico de Pan. Ele nos deixa loucos como Dionísio, ou perdidos nos devaneios de Netuno. Ele é o Desafiador, seja nos duelos, seja na guerra, na luta pela sobrevivência... ele é caprichoso e insidioso, ele nos engana, nos deixa desesperados e sorri - porque esse é seu papel, estimular o novo, mostrar que nosso desespero é inútil e só nos escraviza.

Como a Deusa, Ele está na fome e na saciedade, na vida e na doença terminal, na luz e na sombra, no que é bom para você e no que é mau. A Deusa nunca está só, ela tem sua contraparte masculina e, no entanto, Ele só existe por amor a Ela. Aliás, todos nós somos fruto dessa dança de amor. O Deus é o Ancião sábio, o distribuidor da Justiça, seja a que se impõe com sabedoria ou raios; Ele conhece os segredos dos oráculos, mas sabe que são Dela. Ele é o repositório do conhecimento, mas a sabedoria é Dela; Ele lê os sinais da natureza, mas sabe que quem os escreve é Ela.

E o velho sábio vai murchando e se transforma no Senhor da Morte; Ele que é o Senhor dos Dois Mundos, pois no ventre dela, de volta, ele vive sua morte e a própria ressurreição. Mistério e segredo, morte e retorno, Ele é o que atravessa os portais dos quais Ela é a Senhora. Ele, o Caçador, que também faz o papel de Ceifador. Ele que ronda o leito dos moribundos e dança a dança da morte. O Senhor dos esqueletos. Ele, que na dança da morte retoma o brilho do sol e sua face negra se ilumina, em uma explosão impossível de conter, e Lugh nasce outra vez. Ele que é Pai, Filho, Bebê Iluminado, Amante Selvagem, Sábio Educador. Ele, o Deus que se revela apenas pela Deusa.

Curiosidade: O Deus Azul ou Queer

O Deus Queer é considerado o primeiro reflexo visto pela Deusa quando Ela se mirava no espelho curvo e negro do Universo, fazendo amor consigo mesma para criar toda a vida. Ele é a própria imagem da Deusa refletida na luz do êxtase, momento infinito da criação. Se tornou o Seu primeiro amante e é a expressão do amor puro, a alegria ilimitada e a sexualidade em suas amplas manifestações. Ele representa não a heterossexualidade ou homossexualidade em si, mas a sexualidade como o abraço apaixonado do Divino, em cada um de nós e no Universo.

Assim, quando nos ligamos a uma outra pessoa no êxtase do amor, seja numa relação homossexual ou heterossexual, abraçamos o divino em nós mesmo, no outro e no universo. Esta é a chave para começar a conexão com o Deus Queer. Sendo assim, pagãos homossexuais ou bissexuais consideram seu patrono, já que ele pode ser considerado masculino e feminino, amado e se relacionando com ambos.

O Deus Azul é a própria manifestação do amor. Seu nome está associado com Diana, um dos nomes sagrados da Deusa, e a raiz da palavra inglesa 'glass', significando espelho. Isto nos dá a ideia de que o Deus Azul é a própria imagem da Deusa, refletida na luz do êxtase, no momento infinito da criação. Ele é a primeira manifestação masculina da Deusa e por isso está mais próximo da Deusa na maioria das tradições pagãs, o que nos dá mais indícios ainda de sua essência feminina.

Dian Y Glas é a própria manifestação do self profundo, aquilo que nos conecta com o Divino há tanto renegado e esquecido. Ele é visualizado como um Deus azul prateado ou como o próprio céu azulado. O Deus Azul está associado com a primavera, juventude e alegria. Ele é muitas vezes chamado de Espírito Pássaro e o seu principal símbolo é o Pavão com uma estrela prateada no peito.".