quinta-feira, 3 de novembro de 2016

A Vida após a Morte na Wicca - Pedro Guardião

O influente Alto Sacerdote Raymond Buckland escreveu que uma alma humana reencarna nas mesmas espécies durante muitas vidas para aprender lições e progredir espiritualmente, mas essa crença não é universal no mundo da Wicca, uma vez que outros acreditam que a reencarnação da alma acontece em espécies distintas. Contudo, um ditado popular entre os wiccanos é que "uma vez bruxo, sempre bruxo", indicando que os wiccanos são reencarnações de bruxas do passado.
Os wiccanos que crêem em reencarnação acreditam que as almas vivem entre o Outro Mundo e a Terra de Verão (Summerland), conhecida nas escritas de Gardner como o "êxtase da Deusa". Da mesma forma, estes wiccanos acham ser possível se comunicar com espíritos que residem no Outro Mundo através da mediunidade ou do tabuleiro ouija, principalmente durante o Sabbat de Samhain, embora alguns discordem com esta prática, como o Alto Sacerdote Alex Sanders, que dizia "estão mortos; deixem-os em paz." No entanto, a crença do contato foi muito influenciada pelo Espiritualismo, que estava popular na época do surgimento da Wicca, e na qual Gardner e outros wiccanos como Buckland e Sanders tiveram experiências diretas.
Summerland
É comum wiccanos se referirem ao mundo espiritual como "Summerland", ou ainda, Terra do Verão. Summerland é um termo geralmente empregado na Wicca como referência ao "Outro Mundo" para o qual as almas dos mortos se encaminham após o término da vida física.
A Terra do Verão pode ser vista como uma espécie de paraíso pagão não muito diferente dos conhecidos "Alegres Campos de Caça" de algumas tradições dos índios nativos norte-americanos. A Terra do Verão dos wiccanos existe no Plano Astral e é experimentada de modos diferentes por cada indivíduo, de acordo com a vibração espiritual que ele leve a esse plano de existência.
O período em que alguém permanece na Terra do Verão depende da habilidade do indivíduo de libertar e retomar o material que a alma carrega vida após vida, o que pode fazer com que essa alma renasça na dimensão física.
A existência na Terra do Verão dá a um indivíduo a oportunidade de estudar e compreender as lições da vida anterior e como estas se relacionam a outras vidas pelas quais a alma tenha passado. Na teologia wiccana, este é conhecido como período de descanso e recuperação. Uma vez encerrado esse período de tempo, o plano elemental começa a atrair o indivíduo para o renascimento em qualquer dimensão que se harmonize à sua natureza espiritual naquele momento. A alma a reencarnar é então submetida ao plano das forças e pode ser atraída pelo vértice de uma união sexual em curso na dimensão física. Segundo os Ensinamentos Misteriosos, a alma é atraída pelos aspectos da vida físicas que melhor a preparem para as lições necessárias para assegurar sua evolução e consequente liberação do Ciclo do Renascimento.
Réquiem
O Réquiem é a cerimônia Pagã que ocorre quando um Bruxo morre. Nesta cerimônia é pedido que os Portais do País do Verão sejam abertos para que a alma da pessoa possa passar, são três cerimônias distintas que marcam o Réquiem, uma ocorre no dia do enterro da pessoa, a outra uma lunação após a morte e a terceira, um ano e um dia após a data do falecimento.
O ser humano enterra seus mortos desde a pré-história, o que faz desta a cerimônia mais antiga de que se tem notícia.
Na Wicca o Réquiem de significado “repouso” (e que é também sinônimo para as músicas cantadas durante os velórios para homenagear os mortos) encaramos a morte como um processo natural e sagrado, pois através dela voltamos ao útero da Grande Deusa Mãe, enquanto nosso corpo repousa na escuridão da terra, nosso espírito viaja rumo a Ilha dos Bem Aventurados, onde rejuvenesce no caldeirão da Deusa enquanto aguarda para reencarnar.
No rito de despedida wiccano, os entes queridos homenageiam o falecido, lembrando de suas qualidades e feitos, além de fazerem preces aos Deuses pela sua paz. Também é realizado o pagamento simbólico de uma moeda ao barqueiro que conduzirá sua alma pelo submundo, o destino do corpo, varia de acordo com a sua tradição ou de acordo com a vontade do homenageado, podendo ser enterrado ou cremado.
Outra prática comum entre os wiccanos é a confecção anual de um altar doméstico para homenagear os mortos durante o Sabbath de Samhain, neste altar costuma-se dispor fotos dos parentes e amigos falecidos, coloca-se também flores, velas, incensos, oferendas de comidas, bebidas e doces que eles gostavam.
Diferentemente de algumas religiões, as cerimônias fúnebres wiccanas são alegres, cheias de risos e alegria, além de um banquete e brindes em memória daquele que voltou para os braços da Deusa. Para os wiccanos a morte não é algo triste, pois é o momento de desncanso, de encontro com a Deusa, de preparação para um novo renascer, para uma nova vida que virá, por isso não há tristeza em Réquiens.
Através dos Ritos de Passagem poderemos nos manter no curso da verdade de nossa essência e encontrar a resposta para a maior indagação da alma humana, de forma que nosso espírito brilhe nos mostrando o caminho correto, assim, poderemos nutrir o espírito da verdade em cada um de nós, para que ele floresça e dê bons frutos, desta forma, a Wicca forma os indivíduos e os prepara para a vida.

Um comentário:

Unknown disse...

tem algum livro que trata do assunto mais a fundo? Gostaria de estudar toda essa questao da vida apos a morte na wicca