quarta-feira, 16 de março de 2016

As Torres de Vigia - Pedro Guardião

Os guardiões, qualquer que seja o nome cultural empregado, já eram conhecidos na antiga Mesopotâmia muito antes dos celtas ou italianos virem, a saber, da sua existência. Os guardiões formam um conceito comum na maioria das tradições mágicas, apesar de serem vistos de modo diferente pelos diversos sistemas de magia.

O sistema de magia que mais se manteve fiel a sua tradição, não permitindo se deixar influenciar por outros sistemas de magia vindo de outras culturas é a magia Strega (Italiana). No sul da Europa, os bruxos da Strega mantiveram-se fiéis aos antigos mistérios estelares.
No folclore da Itália, os Guardiões são citados num antigo mito Strega, que fora recontado no livro “Aradia, o Evangelho das Bruxas”. Neste livro, encontramos o seguinte trecho: “Então Diana dirigiu-se aos pais do início, às mães, aos espíritos que existiam antes do primeiro espírito...”. Estes espíritos são chamados de Grigori na Itália, também conhecidos como os Guardiões, e em outras tradições são chamados, Os Antigos.
Os Guardiões formam uma antiga raça que evoluiu para além das necessidades da forma física. Segundo algumas tradições, eles viviam, há um tempo, sobre a terra e podem muito bem ser a origem da lenda da antiga Atlântida ou da Lemúria. Em algumas lendas, diz-se que os Guardiões teriam uma ligação com o Antigo Egito. Nos mitos de iniciação egípcia, uma das frases-chave para acessar o templo era: “Apesar de ser um filho da Terra, minha raça vem das estrelas”.
Nos antigos Cultos Estelares da Mesopotâmia, havia quatro estrelas “Reais” (conhecidas como Senhores), as quais eram chamadas de Guardiões. Cada uma dessas estrelas regia um dos quatro pontos cardeais comuns à astrologia. Esse sistema único deve datar de aproximadamente 3000 a.C. A estrela Aldebaran, quando assinalava o Equinócio de outono, mantinha a posição de Guardião do Leste. A estrela Regulus determinando o Solstício de verão, era o Guardião do Sul. A estrela Antares assinalando o Equinócio de Primavera era o Guardião do Oeste. A estrela Fomalhaut marcando o Solstício de inverno era o Guardião do Norte.

Torres com os símbolos dos Guardiões foram erguidas como forma de culto, e seus símbolos eram ali depositados como forma de devoção. Tais torres eram chamadas de Zigurates (Montanhas Cósmicas). Durante os “Ritos de Chamada”, os símbolos dos Guardiões eram traçados no ar, de cima das torres, usando-se tochas ou bastões de rituais e seus nomes secretos eram pronunciados.
Nos Mitos estelares os Guardiões eram deuses que protegiam o céu e a terra. Sua natureza, bem como seu nível, foi alterado pelos sucessivos cultos lunares e solares que substituíram os cultos estelares. Os gregos acabaram rebaixando os Guardiões estelares aos Senhores dos quatro ventos. Os cristãos, que sucederam os gregos, por sua vez, rebaixaram os Senhores dos Quatros ventos as principalidades do ar.
Hoje na Wicca, por exemplo, eles são os Guardiões das Torres de Vigia ou Observação. São os Guardiões dos planos dimensionais, protetores do círculo sagrado do ritual e testemunhas dos ritos. Os Guardiões protegem os portais para os reinos astrais/elementais e permitem ou não a entrada e o estabelecimento de energias conforme as ordenações do mago. Em tempos remotos, uma torre era uma unidade militar de combate, e uma torre de vigia era uma unidade de guarda e defesa. Cada um dos Guardiões rege uma torre de vigia, que representa um portal, assinalando as quatro direções.