quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Dedicação e Iniciação – Por Pedro Guardião

Recentemente recebi muitas perguntas sobre dedicação e iniciação na Wicca, um assunto pouco abordado por aqui. Confesso que de 2 anos para cá tenho amadurecido muito os meus conceitos e minhas vivências dentro da religião. Um jovem sacerdote sempre têm muito a aprender e por isso reforço que, o período de dedicação deve ser exaustivo e talvez o tempo de 1 ano e 1 dia não seja o suficiente. Isso vai depender da capacidade de cada um e como conduzirá a sua dedicação, principalmente se o dedicado segue o caminho solitário. Para entender melhor, vamos definir os dois processos litúrgicos.

Dedicação: Momento em que o neófito escolhe conhecer intimamente a liturgia da religião e conscientemente entrega seu estilo de vida a Deusa e o Deus. É o período em que se estuda por meio de livros conceituados, escritos por outros sacerdotes, que se adquire os instrumentos mágicos, constrói o altar, realiza todos os rituais de lua (os Esbats e as demais fases), os Sabbats, ritos pessoais, fortalece a própria energia e a capacidade de lidar com os medos e com a ansiedade. É realizado um rito formal para o início desta fase, conhecido como “período das sombras”, dentro de uma tradição ou solitariamente. Concluído este período (perante avaliação de outro sacerdote ou autoavaliação), o dedicado está apto para exercer o sacerdócio.

Iniciação: Rito de passagem que torna o dedicado, oficialmente, um representante da religião/sacerdote. Dentro de tradições é recorrente ter, pelo menos, três graus até alcançar o Alto Sacerdócio. O primeiro consiste em vivenciar os mistérios, receber as bênçãos das divindades e marcar a morte da vida mundana para uma vida dedicada ao sagrado. O segundo é a elevação para tornar-se Alto Sacerdote ou Alta Sacerdotisa, vivenciando e dominando demais funções, como psiquismo, habilidades extra-sensoriais, entre outros. O terceiro consagra o Alto Sacerdócio, permitindo a fundação de um coven próprio e a função de iniciador.

Desta forma vemos que é um longo caminho de conhecimento, prática e vivência até chegar a decisão final de se iniciar. As pessoas precisam se conscientizar que iniciação não é status. É compromisso! A Wicca é uma religião muito bonita, aberta, mas nem todo mundo está preparado para seguir este caminho. O que muitos não sabem ou simplesmente não acham possível é seguir a Wicca como filosofia para fortalecimento espiritual, participando de rituais ou executando seus próprios sem a necessidade da iniciação em si (claro, mantendo a base de estudos, da sabedoria do que se está fazendo e não se autointitulando bruxo). Alguns podem não concordar com isso, mas é possível sim.

Então, se você tem real interesse em se dedicar, passar por todo o processo (que não é fácil, posso dizer com toda propriedade) e tornar-se um sacerdote/sacerdotisa, procure sempre boas referências, conhecer uma tradição séria da qual você se identifique – não participe de uma tradição só porque amigos estejam nela. Conheça de verdade se aquela tradição supre as suas necessidades espirituais ou o seu gosto pessoal – e vá em frente! Os deuses sempre abençoam seus filhos com o coração determinado. No Brasil temos diversas tradições interessantes e bastante sérias, mas se você não se identifica com nenhuma delas, acredite em si mesmo e trilhe seu caminho solitariamente. Ele, com toda certeza é válido e ricamente poderoso independente de um nome por trás ou não.


Pedro Guardião 

2 comentários:

Anônimo disse...

Great site!

Vera disse...

Artigo interessante, este é um tema do meu interesse.