Hoje retornamos com as resenhas
de livros pagãos no blog Wicca Online!, com nada mais, nada menos que o
primeiro livro traduzido em português da Alta Sacerdotisa Gardneriana, Deborah
Lipp, chamado O Poder Mágico, tradução original de “Magical Power for
Beginners: How to Raise & Send Energy for Spells that Work”. A obra é um lançamento
da Editora Alfabeto (junho de 2018), que traz um conteúdo simples, fácil e
atrativo – e muito eficiente – para praticantes de magia entenderem a real fonte
de poder de seus feitiços e encantamentos, e como realmente funcionam.
Para quem não a conhece, Deborah
Lipp foi iniciada em um Coven da Tradição Gardneriana em 1981, e tornou-se Alta
Sacerdotisa em 1986, e vem ensinando Wicca e liderando círculos pagãos desde
então. Participou, falando sobre Wicca, do documentário Ancient Mysteries:
Witchcraft in America do canal A&E, na rede de televisão MSNBC, no The New
York Times, e em diversas outras fontes televisivas e impressas. Já esteve no
Brasil diversas vezes para palestrar sobre Wicca e Magia, e foi a responsável
por implantar o primeiro Coven Gardneriano no país.
De início, temos explicações
concisas do que é Magia e Feitiço, como eles funcionam, seu Poder, a conexão
entre energias, magia simpática e sobre Tempo e Espaço. Aqui, Deborah investiga
diversas fontes para explicar o real significado de tudo isso. Mais a diante,
vemos sobre intenções mágicas, desenvolvendo habilidades mentais, aterramento e
centramento, gerar poder, fontes naturais e sobrenaturais, palavras mágicas e
tons te poder. Certamente, muito do que se lê até então são passos primordiais
para a realização de um ato mágico e como despertar o seu desejo. É um guia de
construção do feitiço em si. Uma citação interessante, que se assemelha muito
ao meu modo de pensar, é:
“No seu livro ‘Magick in Theory
and Practice’, o famoso ocultista inglês Aleister Crowley define a magia (a
qual ele preferia grafar ‘Magicka’, com o k) como ‘a Ciência e a Arte de causar
mudanças em conformidade com a Vontade’. ‘Ciência e Arte’ é uma ótima
definição, e muitos magistas posteriores continuaram-na usando. A magia é uma
ciência, com uma estrutura confiável, e que, muitas vezes, pode ser repetida.
Ela possui princípios subjacentes que precisam ser estudados e compreendidos. A
magia também é uma arte. Ela normalmente funciona de forma intuitiva e criativa
e, na sua melhor forma, oferece aos praticantes o mesmo tipo de resposta
visceral que outros modelos de expressão criativa. Da mesma maneira que um
musicista age de forma instintiva quando está criando e, novamente, quando faz
sua apresentação, um magista trabalha a partir de uma realidade emotiva e não
linear quando prepara um feitiço ou realiza magia. É um trabalho tanto preciso
(ciência) quanto sensível (arte).” – página 24.
A partir daí, ensina como enviar
o poder ao seu alvo e objetivo – e suas diversas formas de disparar o poder – a
harmonizar feitiços, seus componentes e etapas, dicas e alguns modelos como
exemplificação. Nos apêndices, insere tabelas de correspondências, instrumentos
mágicos, fundamentos dos feitiços e leitura recomendada. Mesmo sendo um
praticante de magia há anos, confesso que o livro despertou outras sensações e
modos de pensar e agir em alguns atos ritualísticos/mágicos. Portanto, mesmo
que você ache que sabe tudo sobre o tema, está enganado. Renovar as fontes e
aprender com referências, como Deborah Lipp, são essenciais para não cair na
mesmice. O livro vale cada centavo e mais, deveria ser um guia de bolso para
qualquer praticante de magia – desde o neófito ao mais experiente.
por Pedro Guardião
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